sábado, 2 de junho de 2012

COMO ENTENDO A ESCOLA

                                                           Darbí José Alexandre     
 (do livro: Educar... Um ato de amor).
            Costumava dizer aos meus colegas de trabalho que a escola se assemelha a um corpo, onde o diretor e seus assessores são “a cabeça”; a secretaria e seus funcionários representam “o coração”; os docentes e os outros funcionários são “os braços” e “as pernas”, pois são eles que dão os movimentos. E os alunos, o que representam?
            Neste corpo tão importante que é a Escola, para mim, os alunos são “a sua alma”. E sabemos que um corpo sem alma é um corpo inerte... Morto.
            Todas as partes de um corpo são importantes, porém a alma deve ser cuidada com o maior esmero para que tenha uma vida eterna.
            Assim, devemos cuidar bem dos nossos alunos e muito melhor daqueles que têm mais “problemas”. Os alunos que se desenvolvem quase que naturalmente precisam apenar ser acompanhados em suas atividades diárias. Porém, aqueles que apresentam uma maior dificuldade em seu desenvolvimento devem receber maior atenção por parte de todos: pais, professores, sociedade...
            Em certo período de minha vida profissional fui dirigir uma escola em São Paulo. Era grande ( com mais de 1200 alunos e contava com 158 funcionários ) e funcionava em três períodos: manhã, tarde e noite.
            Observando os alunos percebi que eles entravam e saíam pela porta menos importante – um dos portões de “entrada de serviço”. Como se pode permitir que a parte mais importante desse corpo, que chamamos escola, entre no edifício pela porta menos importante?
            Sei que não é muito fácil convencer as pessoas sobre esse ângulo de visão que tenho da escola e, assim foi com meus companheiros de trabalho. Mudar alguma coisa exige muito desprendimento de todos nós, porém devemos fazê-lo sempre, pois os resultados serão surpreendentes.
Os alunos passaram a entrar pela porta principal da escola, ao lado de todos os professores e funcionários. O resultado foi maravilhoso. A amizade e o respeito melhoraram consideravelmente.
Com essa mudança eu podia permanecer, quase que diariamente na porta de entrada, cumprimentando e dando boas vindas a todos. Uma atitude muito simples, mas que trazia bons dividendos. A consideração e o respeito que os alunos demonstravam em retribuição a esse gesto de educação que lhes dedicava, era perceptível a olhos vistos.
Essa aproximação permite uma amizade muito maior entre alunos, funcionários e direção, possibilitando um relacionamento mais verdadeiro. Os frutos colhidos nessa mudança são tão bonitos que todos poderão saborear, juntos.

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