Disciplina (ou indisciplina) é coisa que diz respeito somente a alunos, costumam pensar os professores. Mas disciplina, ao contrário, envolve tanto estes como aqueles e precisa ser entendida como algo necessário para se atingir um fazer pedagógico coerente e eficaz.
A disciplina está intimamente ligada ao processo de transmissão e, sobretudo, assimilação dos conhecimentos elaborados historicamente pelo homem. Por isso deixa de ser um problema exclusivamente discente, transformando-se numa preocupação constante de toda comunidade escolar.
A efetivação de qualquer plano escolar passa necessariamente pelo cumprimento de certas etapas e sistematização, assim como depende de normas de conduta. Isso porque o trabalho pedagógico não é um processo natural, espontâneo e tampouco ocasional. Em outras palavras, sem disciplina, o trabalho escolar não pode alcançar o seu alvo.
O educador deve estar sempre atento, para não se pegar implantando artificialmente a disciplina em nome exclusivo da autoridade.
A escola deve exigir o máximo possível do aluno e ao mesmo tempo, tratá-lo com a máxima distinção e respeito. Respeito é a palavra chave na condução de qualquer processo educacional que se pretenda eficiente. As exigências do professor, entretanto, devem estar sempre ligadas às pretensões e à capacidade do corpo discente.
A disciplina deve ser acompanhada da sua compreensão, da sua necessidade e da sua utilidade dentro do complexo contexto social. Disciplina por disciplina não convence mais ninguém. Não se esqueça,: só se alcança a disciplina através do trabalho consequente do coletivo da Escola. De uma Escola onde o aluno se sinta feliz e co-responsável pelo êxito escolar. De uma Escola onde cada aluno deve, sobretudo estar convencido de que a disciplina pode ser uma das formas de se atingir o fim visado pela coletividade.
Disciplina tem essa nítida relação com a sociedade toda. Significa a capacidade de comandar a si mesmo, de se impor aos caprichos individuais... Disciplina significa, enfim, uma regra de vida.
Disciplina não é o oposto da liberdade e tampouco algo que possa ser fixado de fora. É, pois a própria comunidade quem deve elaborar essas regras de convivência e seus limites.
A indisciplina surge justamente quando as regras não nascem de um esforço comum, quando não se sabe aonde se quer chegar, quando não há união de esforços e comprometimento mútuo para a construção de uma sociedade melhor e mais justa.
Darbí José Alexandre - autor dos livros: EDUCAR... UM ATO DE AMOR e A ARTE DE ENSINAR E APRENDER
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