segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A AULA EXPOSITIVA


Falar é, provavelmente, a maneira de ensinar mais frequente usada nas escolas. A aula expositiva consiste na apresentação oral, pelo professor, de um tema ou assunto, logicamente estruturado ao aluno.
Nesta técnica de ensino o professor deve assumir uma posição de diálogo para estabelecer uma relação de troca de conhecimentos e experiências e possibilitar a avaliação se aquilo que está falando está sendo captado, fielmente, por todos.
A aula expositiva só é eficiente quando todos podem participar ativamente dela.
Devemos levar a turma a participar, de alguma forma, da aula expositiva orientando para:
-         Fazer anotações dos pontos principais para depois desenvolverem o tema, individualmente ou em grupo,
-         Prestar atenção nas revisões sistemáticas de cada item do assunto que o professor faz através da técnica de perguntas,
Para melhorar a participação do grupo, o professor deve combinar a exposição oral com outras técnicas de ensino. A utilização dos recursos audiovisuais na maneira correta e no momento preciso, ajuda no bom resultado da apresentação do assunto.
A exposição oral é uma técnica de ensino muito utilizada porque economiza tempo e ajuda na compreensão de assuntos considerados complexos.
Antes de iniciar uma aula expositiva, o professor prepara o tema ou assunto a ser apresentado levando em conta que deve ser acessível e dosado convenientemente ao grupo.
Conhecendo bem os alunos, teremos mais facilidade em compreendê-los e descobrir maneiras de fazê-los entender o assunto. Devemos estar a par dos conhecimentos que eles já possuem e que os ajudarão a assimilar a nova matéria.
Grupos numerosos apresentam baixo rendimento na aula expositiva.     
É muito difícil manter a atenção e o interesse de todo o grupo por muito tempo. A duração da aula não deve ultrapassar sessenta minutos. Quando isso ocorrer por problemas de horário escolar, torna-se interessante o professor fazer uma pequena parada para relaxar.
Observação: Esta técnica de ensino apresenta as seguintes limitações:

-         O professor é o único “ator”, logo o trabalho mental é muito grande,
-         Admite pouca assimilação,
-         Estimula, em geral, somente os sentidos da audição e visão,
-         Cansa os alunos,
-         Depende do interesse e da atenção dos alunos,
-         Mantém os alunos passivos.

Apresentamos, a seguir, algumas orientações que poderão ser seguidas quando a aula expositiva tiver que ser usada:
-         Faça o plano de aula e use-o,
-         Desenvolva a aula nas quatro etapas: introdução, apresentação, aplicação e verificação.
-         As informações transmitidas devem ser dadas numa seqüência lógica para a compreensão do aluno, de forma a lhe permitir a estruturação constante das informações em relação ao todo.
-         Programe estudos e trabalhos complementares,
-         Certifique-se de que todos os alunos estão atentos e compreendendo o assunto exposto.
-         Fique visível para toda a turma e se movimente bastante durante a aula


Técnica das perguntas



Para o completo êxito da explanação, o professor deve dominar a técnica de fazer perguntas. Muito importante também é saber, como e quando, estimular os alunos a fazer perguntas.
As perguntas, dependendo da maneira como são feitas, se prestam a vários propósitos. Vejamos, sob o meu ponto de vista, os mais importantes:
-         Para despertar o interesse ou dirigir a atenção do aluno,
-         Para comprovar se o aluno está entendendo o assunto,
-         Levar o aluno a concluir sobre um assunto através de perguntas encadeadas,
-         Para corrigir a direção de um debate,
-         Para fazer falar o tímido quando este conhece o assunto,
-         Para manter a disciplina do grupo,
-         Para estimular os que têm dúvida a se esclarecerem,
-         Para movimentar um debate, rebatendo perguntas e,
-         Levar o grupo a sínteses objetivas.

Dependendo do resultado esperado ou do objetivo em questão, o professor pode utilizar-se de vários tipos de perguntas. Por exemplo:
-         Perguntas diretas – para animar o aluno a expressar-se, despertar-lhe a atenção ou averiguar o seu entendimento,
-         Perguntas feitas ao grupo, cuja resposta pode vir de qualquer um é um tipo que deve ser usado com cuidado na verificação do conhecimento.
-         Perguntas feitas ao grupo, com indicação posterior daquele que deve respondê-la servem para motivar o grupo, mantê-lo atento e interessado.
-         Perguntas rebatidas - quando a pergunta vem do grupo de maneira capciosa e o professor responde com outra. Que você faria neste caso?
-         Perguntas redistribuídas – como no caso anterior, apenas dirigindo a pergunta recebida para outro aluno. Este tipo de pergunta dá ao professor tempo para refletir quando surpreendido.
-         Perguntas retóricas – são perguntas-respostas e não requerem contestação. Servem para estabelecer um tema ou um início de debate.

Qualidade das perguntas

Uma boa pergunta leva o aluno a raciocinar e elimina a possibilidade das respostas sim ou não. Ela deve ser fácil de ser entendida e quando o assunto é complexo ou longo deve ser feita uma sucessão de perguntas.
A boa pergunta deve ter um fim específico e estar sempre ligada ao assunto em estudo. Devem ser evitadas as perguntas que levam o aluno a responder automaticamente ou por imitação.
Devemos explorar as perguntas não interrogativas e sim as introdutórias, pois elas permitem uma maior liberdade de expressão do aluno.
As perguntas de assuntos distintos, mesmo dentro do tema geral, devem ser evitadas – elas confundem o grupo.
Deve-se fazer amplo uso de perguntas utilizando: Que? Como? Quando? Quem? Onde? Por que?
         O professor, ao fazer a pergunta ao grupo deve tomar alguns cuidados:
-         Deve dar tempo para o aluno pensar a resposta e depois chamá-lo pelo nome,
-         Fazer perguntas a todos, mas de maneira salteada,
-         Fazer perguntas em voz normal, porém bem clara,
-         Não deve repetir a pergunta ao desatento. Deve pedir a outro aluno para responder ou repetir a pergunta para que o desatento responda,
-         O professor não deve ser intransigente com palavras mal colocadas pelos alunos durante as respostas. Explore o sentido que o aluno tenta transmitir. Busque a palavra certa de outra forma ou com outras perguntas a outros alunos.
-         Jamais insistir, demasiadamente com um aluno. Uma bateria de perguntas turva o raciocínio e inibe o aluno que, no momento está, negativamente, em destaque,
-         Não deve permitir resposta em coro e nem “sopradas”,
-         Estimular e felicitar os alunos quando estão participando, mesmo com respostas não muito corretas, traz maior participação do grupo,
-         Jamais deve deixar de fazer perguntas. Elas representam a chave do sucesso de todo método de ensino.


A arte de interrogar


Após tomar conhecimento dos propósitos e das qualidades das perguntas o professor deve também conhecer a arte de interrogar.
É muito difícil para o aluno estar sendo avaliado publicamente. Dessa maneira, aconselho o professor a formular as perguntas de modo natural e com tato.
As perguntas devem ser formuladas sempre adequadas aos conhecimentos do grupo e às quais os participantes são capazes de responder. Nada mais satisfatório para o aluno do que ter a capacidade de responder, corretamente, aquilo que lhe foi perguntado.
O professor deve preocupar-se sempre com a maneira como ele expressa a questão para ter certeza que o sentido fique absolutamente claro.
A pergunta como pergunta não leva a lugar nenhum. Portanto, o professor consciente deve fazer perguntas que levem os alunos à reflexão.



E lembre-se: os alunos vão à escola para aprender. Facilite-lhes o aprendizado e eles lhes serão gratos para sempre.



 Trecho do meu livro: A ARTE DE ENSINAR E APRENDER
                    EDITORA MUNDOMIRIM

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