terça-feira, 16 de outubro de 2012

Organização de uma horta na escola


Como venho sempre dizendo, a escola deve preparar um ambiente saudável para que os alunos possam sentir-se bem e, por conseguinte, alcançar bons resultados no seu aprendizado para a vida. A organização de uma horta na escola é uma atividade que permite a interação do aluno com a natureza. Por meio dela, o aluno poderá aprender ações de proteção ao planeta, e o professor poderá desenvolver programas educativos visando, por exemplo, a mudança de hábitos alimentares.
Alguns itens que devem ser observados antes do início da atividade:
A escolha do local - o terreno não precisa ser grande, mas deve receber bastante sol. Deve, por isso, ser afastado de árvores frondosas, pois a sombra é prejudicial.
A irrigação é indispensável e deve ser feita com água saudável uma vez que, na maioria das vezes, as verduras são consumidas cruas.
Ferramentas básicas necessárias - enxada, enxadão, pá de corte (para cavar), ancinho, colher de transplante, regador e pulverizador.
Preparo do terreno - escolhido o local para a implantação da horta, o primeiro trabalho a ser realizado é o da limpeza do terreno, capinando-se as ervas que vegetam sobre a sua superfície e amontoando-as num único ponto para que se transformem em esterco. Faz-se o revolvimento da terra, podendo-se aproveitar a oportunidade para enterrar o esterco produzido.
Atenção: se o terreno estiver encharcado deve-se, antes de revolver a terra, fazer a drenagem, pois terra encharcada pode ocasionar o apodrecimento das raízes.
De um modo geral, o revolvimento da terra é feito com o enxadão. Após o revolvimento, a operação seguinte é a construção de sementeiras e canteiros.
Sementeira - é o local especialmente preparado para lançar as sementes das espécies de hortaliças que necessitam de transplante. Sendo as sementes de hortaliças, de uma maneira geral, muito pequenas necessitam de boas condições para germinar. Essas sementeiras devem ser bem preparadas com revolvimento, destorroadas, adubadas com esterco bem curtido e com nivelamento da superfície.
Atenção: ela não deve ser muito grande e sua preparação deve ser com uma mistura de terra e esterco bem curtido numa proporção de um por um.
Escolha das espécies - devemos cultivar as verduras mais apreciadas e mais ambientadas com o clima da região. Não se deve plantar uma espécie só, mas, por outro lado, uma grande variedade não é recomendável.
Há possibilidade de se ter hortaliças durante o ano todo. Basta, para isso, escolher as espécies e variedades próprias para cada época. Algumas hortaliças como a alface e o tomate podem ser cultivadas em qualquer época do ano.
Sementes e mudas - da boa qualidade das sementes depende a obtenção de boas mudas e boas plantas. Em geral as sementes das hortaliças perdem rapidamente o poder germinativo e é por isso que sementes compradas em bazares ou locais semelhantes não progridem. Elas devem ser compradas sempre em casa especializadas e idôneas.
Para examinar se as sementes têm poder germinativo, deve-se fazer o teste de germinação da seguinte maneira: em um prato, colocar papel toalha ou algodão e molhar. Em seguida, colocar dez sementes, deixando tudo em um local bem iluminado. O papel toalha ou o algodão deve ser conservado sempre úmido. Em quatro ou cinco dias, dependendo da espécie da semente, haverá germinação. E, fazendo a contagem das sementes germinadas, determina-se a porcentagem. Para que as sementes sejam consideradas boas devem apresentar de 70 a 80% de germinação.
Adubos e adubação - adubar é incorporar ao solo fertilizantes, tanto orgânicos como minerais, para compensar sua deficiência nos diversos elementos nutritivos necessários para o desenvolvimento das plantas. Contudo, para adubar bem, é necessário conhecer a composição do solo e as exigências de cada espécie. O volume de produção dependerá, entre outras condições, da qualidade e quantidade de nutrientes disponíveis às plantas. Para mais informações sobre este item, é conveniente consultar alguma publicação especializada, algum agrônomo ou horticultor experiente.
Atenção: este poderá ser um trabalho que pode ser desenvolvido pela equipe de alunos.
Semeadura - a distribuição das sementes deverá ser uniforme e em sulcos distanciados, mais ou menos, dez centímetros um do outro e em uma profundidade de uma vez e meia a espessura da semente. Em seguida, faz-se a cobertura com capins secos para que as irrigações não enterrem demais as sementes. Quando as sementes começarem a germinar, retira-se a cobertura de uma só vez. As regas devem ser feitas diariamente a fim de conservar a umidade do solo.
Transplante - consiste na passagem de mudas das sementeiras para o local definitivo. Essa operação deve ser feita quando as mudas já estiverem com certo grau de desenvolvimento para que  a pega seja boa e não seja retardado o seu crescimento. Em geral, o transplante é feito quando as mudas estão com cinco ou seis folhas definitivas, isto é, com mais ou menos dez centímetros de altura. A transplantação feita em dias chuvosos, nublados, ou então nas horas mais frescas do dia apresentam melhores resultados.
Atenção: bastante irrigação na sementeira facilita o transplante das mudas. Caso se verifique a insolação intensa após o transplante, faz-se o sombreamento parcial, e as mudas devem ser retiradas, paulatinamente, à medida que forem pegando.
No transplante, as mudas devem ser enterradas até a profundidade em que se encontravam na sementeira.
Informações úteis - para que as plantas encontrem melhores condições para o seu desenvolvimento e produção, devem ser utilizadas as seguintes práticas culturais:
Irrigação - não deve ser feita nas horas quentes do dia.
Capina - deve ser feita para evitar a concorrência de ervas daninhas em luz, água, e adubo, à planta cultivada.
Estaqueamento - deve ser feito em algumas hortaliças que necessitam de suportes para evitar o seu crescimento em contato com o solo.
Desbrota - consiste na eliminação dos brotos que saem nas axilas das folhas de algumas espécies.
Adubação de cobertura - deve ser distribuída a quantidade indicada do adubo sobre o canteiro antes da irrigação.
Como se pode verificar pelo exposto, não é tão complicado organizar uma horta escolar. Um ponto fundamental nesse sentido é o suporte dos recursos humanos. Entretanto, os principais agentes dessa atividade devem ser os próprios alunos.

                      trecho do meu livro: A ARTE DE ENSINAR E APRENDER

    

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